LUZ DEL FUEGO (DORA VIVACQUA)
PATRONA DO NATURISMO
21 DE FEVEREIRO – DIA DO NATURISMO
Dora Vivacqua nasceu em 21 de fevereiro de 1917, em Cachoeiro de Itapemirim. Faleceu, em circunstâncias trágicas, no dia 19 de julho de 1967, na Ilha do Sol, Município de São Gonçalo, Rio de Janeiro. Contava com 50 anos de idade.
Pertencia a uma abastada família de intelectuais e políticos que realizavam, em sua residência, reuniões literárias, contando com a presença de ícones literários do modernismo, isto quando a família se transferiu para Belo Horizonte (1920 – contando Dora com 3 anos de idade).
Formou-se em Ciências e Letras (1942), optando-se, porém, buscar a carreira artística, passando a adestrar serpentes que vieram a fazer parte de seus espetáculos. Adotou o pseudônimo de Luz de Fuego, estreando nos Teatros de Revistas do Rio de Janeiro, dançando nua e enrolada em dois ofídios. Foi a primeira atriz a surgir nua em um palco, atraindo, a cada espetáculo, mais espectadores.
A presença desse enorme público, atraiu o furor dos conservadores que a reprovavam, considerando-a “Ameaça aos bons costumes”. Combateram-na, mas, não abalaram suas convicções naturistas.
Dora passou a expor publicamente seus ideais naturistas, defender o direito das mulheres, os preconceitos sociais; seu publico crescia, tornando-se ela a vedete mais conhecida do Brasil.
Para defender politicamente seus ideais, fundou um partido político, pelo qual, sairia candidata a Deputada Federal. O partido, ante o combate ferrenho dos conservadores, teve seu pedido de registro negado.
Tornou-se produtora cinematográfica, filmando: No trampolim da vida; Não me digas Adeus; Folias Cariocas; Poesias de Estradas: Saúde e Nudismo: Cururu, o temor do Amazonas: Comendo de Colher; Tarzan e o Grande Rio, atuando, mas, sem grandes sucessos.
Pregando, cada vez mais, o naturismo, vegetarianismo e nudismo, dizia que nudista era a pessoa que acreditava que a indumentária não é necessária à moralidade e que o corpo humano não possui partes indecentes a esconder.
Em sua casa, na Avenida Niemeyer, deu início ao primeiro grupo naturista no Brasil, mas, ela e alguns frequentadores foram presos. Em reação escreveu e publicou “A verdade nua”, cuja edição foi toda recolhida pela Polícia. Reeditou a obra e conseguiu vender todos os volumes, via “Reembolso Postal”, conseguindo muito se lucrar, usando o dinheiro, arrendou uma Ilha, onde fundou o 1o. Núcleo naturista.
Para o desespero dos conservadores e da polícia, sua fama crescia enquanto o grupo aumentava em número de frequentadores. Foi capa da Revista “Life”.
Usando de seu prestígio, contando com o apoio de poderosos, conseguiu, da Marinha do Brasil, a cessão da Ilha Tapuama de Dentro, renomeando-a “Ilha do Sol”. O número de adeptos crescia. Mas, com as finanças abaladas pelos amantes que cativava, ainda dizia: “Eu sou a Luz que não se apaga”. Minava-se e se empobrecia cada vez mais.
Em 19 de julho de 1967, os irmãos pescadores (Alfredo Teixeira Dias e Mozart Dias), acreditando encontrar muitas riquezas e orgias, invadiram a Ilha matando-a bem como a seu caseiro Edgar. Seu corpo foi atirado ao Mar, mas foi recuperado.
Preso, Alfredo confessou o crime, foi processado, julgado e condenado, cumpriu a pena, enquanto seu irmão Mozart fazia uma fuga espetacular, porém, mais tarde, encontrado, preso, processado foi condenado a cumprir a pena no Manicômio do Rio de Janeiro.
A Federação Brasileira de Naturismo a fez sua Patrona, indicando o dia de seu nascimento (21 de fevereiro) como o “Dia do Naturista”.